Nesta quarta-feira (1º), prefeitos e vereadores eleitos em 2024 tomam posse, carregando a responsabilidade de enfrentar um dos maiores desafios da contemporaneidade: os impactos crescentes do aquecimento global. As mudanças climáticas têm intensificado a frequência e a severidade de fenômenos como tempestades, alagamentos e incêndios, exigindo respostas rápidas e eficazes das gestões municipais. Cientistas alertam que esses eventos extremos não são mais exceções, mas uma realidade com a qual as cidades precisarão conviver.
Habitação em risco: planejamento é crucial
Entre as áreas mais vulneráveis está a habitação, como destaca Rodrigo Perpétuo, secretário-executivo do ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade, uma rede global com mais de 2.500 membros comprometidos com o desenvolvimento sustentável. Perpétuo reforça que os novos gestores devem adotar uma abordagem estratégica ao planejar políticas habitacionais, levando em conta fatores como:
- A identificação dos riscos climáticos específicos enfrentados por cada região.
- A análise de eventos climáticos mais frequentes, incluindo sua intensidade e localização.
- A implementação de medidas preventivas e de mitigação para proteger a população e reduzir vulnerabilidades.
Preparação e resposta: a nova realidade urbana
Além de mapear áreas de risco, é fundamental que as administrações públicas invistam em infraestrutura resiliente e em sistemas de alerta precoce para eventos climáticos extremos. A formação de equipes de resposta rápida, treinadas para atender situações de emergência, deve ser prioridade, assim como o fortalecimento de políticas de habitação social que garantam moradias seguras para populações vulneráveis.
De acordo com o relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), cerca de 68% da população global viverá em áreas urbanas até 2050. Esse crescimento, somado às pressões climáticas, torna indispensável que os governos locais invistam em soluções baseadas na natureza, como sistemas de drenagem sustentável e reflorestamento urbano, que ajudam a mitigar os impactos das chuvas intensas e das ondas de calor.
Um chamado à ação
A posse dos novos gestores marca o início de um mandato em que as mudanças climáticas estarão no centro das decisões políticas e administrativas. Encarar esse desafio com seriedade é mais do que uma questão de gestão; é uma questão de sobrevivência e qualidade de vida para milhões de pessoas. Prefeitos e vereadores têm agora a oportunidade de liderar suas comunidades rumo a um futuro mais sustentável e resiliente.