Caos Energético Persiste em São Paulo Quatro Dias Após Ciclone


Dez 13, 2025 - 16:27

Caos Energético Persiste em São Paulo Quatro Dias Após Ciclone ©ROVENA ROSA/AGÊNCIA BRASIL

Mais de 417 mil moradores da Grande São Paulo continuam sem energia elétrica neste sábado, quatro dias após a passagem de um ciclone extratropical que causou fortes ventos e estragos na região. A falta de luz, iniciada na última quarta-feira (10), provoca transtornos graves, como perda de alimentos, dificuldades de locomoção e isolamento.

O drama atinge residências e condomínios, expondo a vulnerabilidade de idosos e pessoas que dependem da energia para o trabalho e a comunicação. A roteirista Erica Chaves, moradora do Butantã, relatou à Agência Brasil a perda de alimentos com valor afetivo e a necessidade de economizar a bateria do celular para monitorar o pai internado. Sua situação, sem luz desde quarta-feira ao meio-dia, permanece inalterada.

No centro da capital, no Bixiga, moradores fizeram um protesto na noite de sexta-feira (12) aos gritos de "Queremos luz", com a situação ainda crítica na manhã de hoje. A assistente comercial Beatriz Cavalcante, que está sem luz desde quarta-feira às 15h, descreveu a situação como um "pesadelo" e lamentou a falta de suporte da concessionária. "É inadmissível as pessoas ficarem tanto tempo sem o básico para sobreviver", desabafou.

Justiça e Enel em Confronto

A Justiça de São Paulo acatou na sexta-feira (12) a determinação do Ministério Público e da Defensoria Pública, ordenando que a Enel restabeleça o serviço em até 12 horas, sob pena de multa de R$ 200 mil por hora.

Em nota divulgada na manhã deste sábado, a Enel informou ter mobilizado um número recorde de equipes e alegou que as "condições meteorológicas adversas" dificultaram o restabelecimento. A concessionária prevê normalizar o fornecimento para todos os clientes afetados até o final do dia de amanhã (domingo). A Enel, contudo, afirmou que "não foi intimada da decisão" judicial e segue trabalhando.

Enquanto a luz retornou em bairros como a Pompeia, o problema persiste em grandes áreas, forçando moradores a enfrentar a escuridão e o calor sem previsão imediata de solução, gerando indignação e revolta generalizada.