A Casa Branca disse neste domingo (31) que não está buscando um conflito mais amplo no Oriente Médio depois que helicópteros dos EUA afundaram três embarcações Houthis no Mar Vermelho após ataques.
Os helicópteros também mataram quem estava a bordo.
A ação marca a primeira vez desde o início das tensões, no começo do ano, que os EUA mataram membros do grupo rebelde Houthi, apoiado pelo Irã, que tem como alvo navios comerciais e mercantes no Mar Vermelho.
Os EUA evitaram atacar diretamente o grupo dentro do Iémen, uma vez que procuram evitar uma escalada ainda maior da crise. Mas, um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional disse no domingo, que os EUA continuariam a agir em legítima defesa.
“Não procuramos um conflito mais amplo na região e não procuramos um conflito com os Houthis. O melhor resultado aqui seria que os Houthis parassem com estes ataques, como já deixamos claro repetidamente”, disse John Kirby à “ABC News”.
Quatro pequenos barcos provenientes de “áreas do Iémen controladas pelos Houthi” atacaram o Maersk Hangzhou no sábado (30) com armas e tentaram abordar o navio mercante, de acordo com um comunicado do Comando Central dos EUA (Centcom), que acrescentou que uma equipe de segurança a bordo respondeu à ação.
O Centcom disse que helicópteros do USS Eisenhower e Gravely responderam ao pedido de socorro do Maersk Hangzhou, o segundo em menos de 24 horas, e foram alvejados pelos barcos Houthis.
“Os helicópteros da Marinha dos EUA responderam ao fogo em legítima defesa, afundando três dos quatro pequenos barcos e matando as tripulações. O quarto barco fugiu da área”, afirmou o comunicado, acrescentando que “não houve danos ao pessoal ou equipamento dos EUA”.
A CNN entrou em contato com a Maersk para comentar o incidente.
Os Houthis lançaram dezenas de ataques a navios comerciais desde 7 de outubro, dizendo que estão agindo em solidariedade com o Hamas no meio da guerra do grupo com Israel.
Os EUA enviaram navios de guerra para o Mar Vermelho e lançaram no mês passado a Operação Prosperity Guardian, uma coligação marítima multinacional, para reforçar a segurança na rota marítima crítica global.
Embora o presidente Joe Biden tenha autorizado ataques a outros grupos iranianos que atacaram as tropas americanas no Iraque e na Síria, ele quase não atingiu os Houthis no Iémen.
“Temos interesses de segurança nacional significativos na região por conta própria e vamos colocar o tipo de forças que precisamos na região para proteger esses interesses e vamos agir em legitima defesa daqui para frente”, explicou Kirby.
Questionado sobre a perspectiva de um ataque preventivo na região, Kirby reiterou a posição da Casa Branca.
“Não estamos descartando nada dentro ou fora, mas deixamos claro publicamente aos Houthis e em particular aos nossos aliados e parceiros na região que levamos essas ameaças a sério e vamos tomar as decisões certas daqui para frente”, finalizou.
*Lucas Lilieholm da CNN contribuiu para este relatório
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