Normalidade Retorna ao Transporte de Campo Grande Após Consórcio Prometer Pagamento e Prefeitura Regularizar Repasses
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O risco de uma nova paralisação no transporte coletivo de Campo Grande foi temporariamente afastado. O Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano (STTCG) confirmou o cancelamento da assembleia marcada para a próxima segunda-feira (27), após o Consórcio Guaicurus se comprometer, via ofício, a efetuar o pagamento do adiantamento salarial (vale) dos motoristas na mesma data.
A ameaça de uma greve por tempo indeterminado, que poderia começar na terça-feira (28), surge após os motoristas paralisarem as atividades por cerca de três horas na manhã da última quarta-feira (22), em protesto contra o atraso no "vale" de aproximadamente R$ 1,3 mil, que afeta cerca de mil trabalhadores.
Regularização dos Repasses e Subsídios
O impasse ocorre em meio aos esforços da Prefeitura de Campo Grande para regularizar os repasses de subsídio ao Consórcio Guaicurus. Nos últimos dois dias, o município transferiu R$ 2,3 milhões e prometeu mais R$ 1,03 milhão até o início da próxima semana, com recursos do Fundo Municipal de Saúde.
A secretária de Fazenda, Márcia Helena Okama, explicou que parte significativa do subsídio municipal, que repassa em média R$ 1,5 milhão por mês, cobre gratuidades ligadas ao transporte de pacientes em tratamento de saúde, como renais crônicos e oncológicos. Com o pagamento anunciado, resta cobrir o restante do subsídio anual referente aos meses de novembro e dezembro.
Okama confirmou que os atrasos que motivaram a paralisação de quarta-feira foram parcialmente resolvidos, garantindo a normalidade imediata do serviço. A secretária destacou ainda que o município resolveu quase totalmente sua inadimplência junto ao Tesouro Nacional, saindo do Cadin, o que permitirá ao Governo de Mato Grosso do Sul repassar sua parcela de R$ 3,3 milhões referente ao subsídio do transporte coletivo.
Multa e Subsídio em Debate
Apesar da trégua, representantes da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) e da Agência Municipal de Regulação de Serviços Públicos (Agereg) reforçaram o alerta: o Consórcio Guaicurus pode ser multado caso os ônibus não circulem normalmente.
O sistema de transporte da capital é mantido através de um subsídio criado após a pandemia, que cobre a diferença entre a tarifa paga pelo usuário (R$ 4,90) e o custo real da passagem (R$ 6,17), dividido entre prefeitura e governo estadual.
Em paralelo, a questão tarifária continua judicializada, com as empresas buscando na Justiça o reajuste. Embora a tarifa oficial seja R$ 4,95 desde janeiro, uma decisão judicial recente determinou que o município cumpra uma ordem anterior de elevar a tarifa técnica dos ônibus para R$ 7,79.
*créditos Correio do Estado