Um estudo da Embrapa mostrou que a semente de trigo BRS 404 tem maior resistência em períodos de seca. O trigo tropical pode alcançar até sete sacos a mais nos anos de pouca chuva na região Central Brasil, quando comparada com outras variedades.
A pesquisa avaliou o rendimento de trigo tropical das principais cultivares disponíveis no mercado no período 2019-2023. A pesquisa foi coordenada pela Embrapa Trigo/RS e reuniu dados dos últimos 5 anos.
Em média, os rendimentos da cultivar BRS 404 foram 12,4% superiores quando comparados às demais cultivares em uso na região, o que pode representar até sete sacos a mais por hectare.
O pesquisador Vanoli Fronza explica que esse desempenho superior se dá ao grande potencial de enchimento de grãos, mesmo com seca e temperaturas elevadas.
“Para explorar melhor os benefícios da BRS 404, a cultivar deve ser semeada no fechamento do plantio, quando reduz os riscos com brusone e pode se destacar em caso de limitação hídrica”, declara o cientista.
Nas pesquisas feitas com a semente, pela Coopa/DF de 2023, o destaque de produtividade foi para a cultivar BRS 404, que atingiu 71,9 sacos por hectare (sc/ha) com peso do hectolitro (PH) de 84.
Entretanto, o diferencial das cultivares de trigo de sequeiro é ainda mais importante em anos de seca, quando a média de rendimentos não tem ultrapassado 40 sc/ha na região.
Trigo tropical
O Zoneamento Agrícola de Risco Climático aponta que o cultivo de trigo em seis estados da região tropical: Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Bahia e São Paulo e Distrito Federal.
No período de 2018 a 2023, a área com trigo no Brasil Central cresceu 110,7%, enquanto a produção aumentou em 131,5%. Apesar de crescer, as produtividades oscilaram bastante ao longo dos anos.
“A maioria das áreas indicadas para o cultivo do trigo no Cerrado estão em altitudes acima de 700 metros, onde as temperaturas costumam ser menores à noite”, explica o agrometeorologista Gilberto Cunha.
Segundo ele, o excesso de chuva explica a queda no rendimento em 2019, uma vez que o ambiente favoreceu epidemia de brusone, doença fúngica favorecida pela umidade e temperaturas elevadas.
Por outro lado, a queda nos rendimentos, nas safras 2021 e 2022, foi causada pela redução nas chuvas e o aumento do calor, com temperaturas mínimas acima da média na região.
Warning: Invalid argument supplied for foreach() in /var/www/ndmais/wordpress/wp-content/themes/ricsc/template-parts/galeria-de-foto/galeria-de-fotos-lista-legado.php on line 9
Crédios ND+ Portal de Notícias. Leia mais Clicando Aqui