O implante de lentes intraoculares é uma das principais e mais modernas tecnologias usadas na área da oftalmologia para melhorar a qualidade de vida de pessoas com diferentes problemas de visão.
Utilizadas principalmente em casos de doenças como a catarata, as lentes acabam também por corrigir erros refrativos, como miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia, conhecida popularmente como “vista cansada”.
Segundo o médico oftalmologista Rodrigo Marzagão, especialista em cirurgia de catarata e implante de lentes intraoculares (LIO), elas podem devolver uma visão nítida à pessoa e até mesmo eliminar a dependência dos óculos. “Com equipamentos avançados e experiência do cirurgião, o procedimento é bastante seguro e o paciente sequer precisa ficar internado”, explica.
A seguir respondemos junto com o doutor Rodrigo às principais dúvidas sobre a cirurgia e os casos para os quais o implante de lentes intraoculares é indicado.
O que são as lentes intraoculares?
As lentes intraoculares são pequenas estruturas confeccionadas em acrílico dobrável e alta tecnologia. Elas são utilizadas em substituição ao cristalino, a lente natural do olho, que é removido no procedimento. Algumas doenças como a catarata fazem o cristalino perder a transparência e a capacidade de focalizar imagens em diferentes distâncias.
Atualmente, existem no mercado 10 tipos de lentes, com variados focos e podem corrigir todo tipo de grau de refração do paciente. “A lente ideal varia para cada pessoa, por isso a cirurgia é personalizada. Através de exames computadorizados, conseguimos fazer várias medidas do olho, além de avaliações do nervo óptico, retina, entre outras que farão escolhermos a melhor opção para cada um”, orienta Rodrigo.
Fora os exames pré-operatórios, os hábitos e o estilo de vida de cada pessoa também são levados em consideração na escolha. “O ideal é o paciente implantar uma boa lente, de alta tecnologia, uma vez que esta escolha é definitiva. É um investimento para toda a vida”, salienta. Diferentemente de uma lente de contato, a intraocular não é perceptível a olho nu.
Após ser implantada, ela fica imóvel e com o passar do tempo vai se unindo naturalmente à estrutura do olho. “Os pacientes perguntam se podem sentir algum desconforto após a colocação das lentes. A resposta é não! Elas ficam numa região ocular em que não causam qualquer tipo de sintoma”, afirma o oftalmologista.
Para quais casos o implante de lente intraocular é indicado?
De acordo com o doutor Rodrigo Marzagão, o procedimento é indicado, em sua maioria, no tratamento de doenças que comprometem o cristalino do olho, como a catarata, e em pacientes não querem mais usar óculos.
“O conceito de catarata hoje é diferente daquele de 30 anos atrás. Naquela época, a catarata era considerada uma opacidade significativa, em que a pessoa já tinha prejuízo grave da visão. Atualmente, um paciente com 50 anos de idade e que tenha uma mínima opacidade do cristalino e o desejo de não usar mais óculos, pode ser submetido a um implante de lente intraocular, desde que não tenha contraindicações para a cirurgia”, esclarece o oftalmologista.
A recomendação do especialista é não esperar a catarata se agravar. Quando isso acontece, o cristalino se torna mais duro e a cirurgia pode ser mais difícil. “A partir dos 50 anos, já podemos indicar a cirurgia mesmo para pacientes sem opacidade do cristalino, desde que ele queira deixar de usar os óculos, independentemente da intensidade de seu grau”, explica.
Outra opção de procedimento para dispensar os óculos é a cirurgia a laser. Entretanto, ela não pode ser realizada em todos os pacientes, como aqueles que têm a córnea muito fina. Acima dos 50 anos, também corre-se o risco de o resultado perder efeito a longo prazo. Em ambos os casos, o implante de lentes intraoculares é uma boa solução.
Idade máxima e contraindicações
Segundo Rodrigo Marzagão, não há uma idade máxima para a realização do implante, desde que não haja qualquer contraindicação. “Eu já operei paciente com 99 anos de idade”, comenta.
Em alguns casos, entretanto, o procedimento pode não ser indicado, como em pacientes que tenham glaucoma avançado, doenças na retina em decorrência da diabetes, entre outros. “Essas são situações que devem ser levadas em consideração, mas hoje em dia, a gente consegue indicar a cirurgia com segurança para quase todos os pacientes”, afirma Rodrigo.
Como funciona a cirurgia?
A cirurgia para o implante de lente intraocular é bastante eficaz, rápida e segura. A lente é colocada no olho por meio de uma microincisão, sem a necessidade de pontos. O procedimento dura em torno de 15 minutos e é indolor. A anestesia, na maioria das vezes, é tópica, por meio de colírio e gel, e o paciente é submetido a uma leve sedação.
“O procedimento cirúrgico não requer internação, já que é rápido e seguro. Entretanto, a recomendação é de repouso de atividades físicas intensas por 15 dias”, explica Rodrigo Marzagão.
No caso da necessidade de operar as duas vistas, o médico recomenda uma semana de distância, para recuperação completa do primeiro procedimento, que leva de um a dois dias apenas. Nos próximos 30 dias, o paciente ainda precisa fazer uso de colírios. Depois disso, estará liberado para uma vida normal.
Sobre Rodrigo Marzagão
Rodrigo Marzagão é formado em medicina pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com residência e especialização em oftalmologia pelo MEC e Conselho Brasileiro de Oftalmologia. É também membro da Associação Brasileira de Catarata e Cirurgia Refrativa ( BRASCRS).
Com 15 anos de experiência na área oftalmológica, já realizou mais de 12 mil procedimentos. Seu foco de atuação é em cirurgia de catarata, implante de lentes intraoculares, cirurgia refrativa a laser e blefaroplastia. Em Joinville desde 2008, atualmente atende em sua própria clínica, no Edifício Helbor Offices, no centro de Joinville.
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