General Augusto Heleno, então comandante do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), afirmou que se “tiver que virar a mesa é antes das eleições” Trechos da gravação da reunião realizada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tornada pública pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), revelam sugestões de “virada de mesa” antes das eleições de 2022 e preocupação com uma eventual vitória do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As imagens foram obtidas com exclusividade pela colunista Bela Megale, do GLOBO.
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Na reunião — que a Polícia Federal chama de uma “dinâmica golpista” — o general Augusto Heleno, então comandante do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), afirmou que se “tiver que virar a mesa é antes das eleições”. No encontro, o então ministro também afirmou que era necessário agir “contra determinadas instituições e contra determinadas pessoas”.
— Não vai ter revisão do VAR. O que precisa ser feito, precisa ser feito antes das eleições. Se tiver que dar soco na mesa é antes das eleições, se tiver que virar a mesa é antes das eleições. Depois das eleições será muito difícil que tenhamos alguma nova perspectiva, eles vão fazer tão bem feito, a conversa do [ministro do STF Edson] Fachin foi com os embaixadores para eliminar as condições de o VAR acontecer. No dia seguinte, todo mundo reconhece e fim de papo — declarou Heleno na ocasião.
O ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira disse que a pasta estava na “linha de contato com o inimigo”, ao participar da comissão eleitoral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A participação dos militares na comissão ocorreu a convite do então presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, com o intuito de dar mais transparência ao processo e de evitar questionamentos por parte do ex-presidente Bolsonaro e do seu entorno.
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, afirmou que eles iriam “se f…” em caso de vitória do petista. De acordo com Torres, todos os presentes tinham “medo” porque o cenário era “ameaçador”.
Na reunião, Torres fez referência a uma fala anterior de Bolsonaro, sobre a ex-presidente interina da Bolívia Jeanine Áñez, que foi presa sob a acusação de participar de um golpe.
O ex-ministro, em um momento do encontro, afirmou que atuaria junto à Polícia Federal para cumprir a ordem de Bolsonaro para tentar agir antes das eleições. Ele também afirmou serem verdadeiras as informações de que o PT teria ligações com a facção criminosa PCC.
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