A Covid-19 pode aumentar as chances de insônia, segundo um novo estudo divulgado nesta segunda-feira (5). O estudo da Universidade de Phenikaa, no Vietnã, revelou que pessoas que se recuperaram de Covid-19 leve estão mais propensas a desenvolver insônia.
Segundo os cientistas, esse risco é ainda maior para aqueles que sofrem ou têm histórico de ansiedade e/ou depressão.
![Covid-19 pode aumentar as chances de insônia Covid-19 pode aumentar as chances de insônia](https://static.ndmais.com.br/2022/09/beautiful-young-woman-having-headache-sitting-bed-scaled-800x533.jpg)
Covid-19 pode aumentar chances de insônia
A pesquisa, liderada pelo Dr. Huong TX Hoang, foi motivada por relatos de dificuldades para dormir após a recuperação do vírus, feitos por amigos e familiares.
Para investigar essa relação, os pesquisadores selecionaram 1.056 participantes que contraíram Covid-19 no Vietnã.
Os participantes precisavam ter mais de 18 anos e terem sido diagnosticados com o vírus, mas não que precisaram ser hospitalizados nos últimos seis meses, e não relataram histórico de problemas psiquiátricos ou insônia.
No período entre junho e setembro de 2022, os participantes responderam a uma pesquisa online que incluía perguntas sobre idade, sexo, condições crônicas, duração e gravidade da infecção por Covid-19, além de sintomas de ansiedade, estresse e depressão.
Eles também foram questionados sobre a qualidade do sono, comparando o período antes e depois da infecção.
Os resultados mostraram que 76,1% dos participantes relataram sintomas de insônia, sendo que 22,8% dessas pessoas apresentaram insônia grave.
Embora não tenha sido encontrada uma correlação direta entre a gravidade da infecção inicial e a gravidade da insônia subsequente, os pacientes que relataram sintomas de ansiedade ou depressão tiveram uma probabilidade significativamente maior de desenvolver insônia.
Os pesquisadores destacaram que a taxa de insônia entre os pacientes recuperados de Covid-19 é mais alta do que a observada na população em geral e até mesmo entre pacientes hospitalizados. Isso pode ser explicado, em parte, pelo foco do estudo em pacientes recentemente recuperados, que podem estar mais sensíveis a mudanças em sua saúde física e mental.
Como dormir melhor?
Ainda no estudo o pesquisador dá dicas de como dormir melhor. Confira:
“Se a insônia não incomoda muito, você pode tomar algumas atitudes simples, como: tomar um banho quente antes de dormir, desligar o celular pelo menos uma hora antes de dormir, fazer 30 minutos de exercícios por dia e evitar cafeína depois das 16h. Caso a insônia realmente o incomode, você pode tentar alguns remédios para dormir vendidos sem receita. Se eles não ajudarem, consulte um terapeuta do sono”, encerra.
Insônia assola os brasileiros
De acordo com a ABS (Associação Brasileira do Sono), nos casos crônicos, a insônia costuma ter duração média de 3 anos, podendo estar presente entre 56% a 74% dos pacientes no decorrer do ano, e em 46% deles de forma contínua, o que pode implicar em riscos para o desenvolvimento de outras doenças.
Dalva Poyares, médica especialista pela Sociedade Americana de Medicina do Sono e Associação Brasileira do Sono, detalhou como a insônia acontece.
“A insônia ocorre por uma predisposição do indivíduo a perder o sono, a ter um hiper alerta. A insônia é uma resposta anormal ao estresse, mas também pode ocorrer junto com alguns transtornos psiquiátricos. O indivíduo que tem insônia crônica tem uma chance muito maior de desenvolver hipertensão. Quando a insônia é grave, de forma que a pessoa não consiga ter o mínimo de horas de sono durante a noite, isso também pode resultar em alterações metabólicas, que podem até predispor para o aumento de peso e diabetes”, explica.
Ainda segundo a ABS, fatores como idade, sexo e condição socioeconômica são determinantes na identificação da população que sofre com a insônia.
De acordo com o Ministério da Saúde, o problema é mais comum entre as mulheres e é possível que haja influência hormonal nesse padrão, uma vez que os índices de insônia começam a aumentar nas mulheres – em relação aos homens – a partir da puberdade.
Também é mais comum que a insônia seja diagnosticada em idosos, o que pode ser potencializado pelo fato desse grupo etário ter o sono mais fragmentado e apresentar mais comorbidades que interferem no funcionamento noturno e diurno.
Além disso, a insônia é mais prevalente na população de menor poder socioeconômico, entre desempregados e aposentados e entre os que perderam cônjuges.
Nestes casos não é raro que os pacientes sejam identificados com outros transtornos psiquiátricos e a insônia se apresenta como sintoma secundário de outra condição.
Crédios ND+ Portal de Notícias. Leia mais Clicando Aqui