O chefe da ala política do grupo terrorista Hamas, Ismail
Haniyeh, exigiu nesta sexta-feira (2), após dias de negociações, o “cessar
total dos combates” na Faixa de Gaza em troca da libertação de reféns e
disse que a Jihad Islâmica Palestina, grupo terrorista que também atua no
enclave, cobra o mesmo.
“Reafirmamos a posição das ‘facções da resistência’ de que
qualquer negociação deve levar ao fim total da ‘agressão’, à retirada do ‘exército
de ocupação’ da Faixa de Gaza e ao retorno dos deslocados aos seus locais de
residência”, disseram os terroristas do Hamas em um comunicado divulgado
no aplicativo de mensagens Telegram.
Haniyeh, que afirmou ter tido uma conversa telefônica com o
secretário da Jihad Islâmica Palestina, Ziad Nakhaleh, no âmbito das
negociações de cessar-fogo no enclave, também lembrou a necessidade de “reconstruir
a Faixa” e de “garantir” um acordo “sério” para a troca de reféns por
prisioneiros palestinos.
Esse anúncio oficial do Hamas foi feito quase uma semana depois das
reuniões em Paris com mediadores dos EUA, do Egito e do Catar para discutir uma
proposta de trégua e de libertação de reféns aprovada por Israel.
No entanto, já nesta quinta-feira (1º), uma delegação do grupo terrorista
deu a entender, no Cairo, capital do Egito, onde as negociações prosseguiam,
que não haveria trégua se Israel não concordasse em “libertar prisioneiros
palestinos de alto escalão”, tanto do próprio Hamas quanto do Fatah, disseram à
Agência EFE fontes ligadas às negociações.
O Hamas exige a libertação de Marwan Barghouti, considerado um
dos principais candidatos futuros a líder da Autoridade Palestina, que cumpre
cinco sentenças de prisão perpétua por planejar ataques que mataram cinco
israelenses durante a Segunda Intifada.
Além disso, o grupo terrorista quer a libertação de Ahmed
Saadat, chefe da Frente Popular para a Libertação da Palestina, que está
cumprindo uma sentença de 30 anos por planejar o assassinato do então ministro
do Turismo de Israel, Rehevam Zeevi, em 2001.
O acordo proposto, aprovado por Israel e dividido em etapas,
inclui uma primeira fase que estipula a libertação de 35 civis presos pelo
Hamas em troca de uma interrupção completa das operações israelenses por 45
dias, disseram as fontes.
Além disso, Israel libertaria cerca de 100 prisioneiros
palestinos em troca de cada refém libertado pelo Hamas, e haveria um aumento no
fluxo de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza.
Na segunda fase, militares do sexo feminino e masculino seriam
libertados, e a última fase incluiria a devolução dos corpos de ao menos 27
reféns, ainda de acordo com as fontes.
Israel e Hamas chegaram a um acordo de trégua de uma semana entre 24 e 30 de novembro, que interrompeu os combates e permitiu a troca de 105 reféns, incluindo alguns estrangeiros, pela libertação de 240 prisioneiros palestinos, algo que não se repetiu desde então. (Com Agência EFE)
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