O governo americano disse nesta
segunda-feira (29) que o regime venezuelano, comandado pelo ditador Nicolás Maduro,
tem até abril deste ano para cumprir com os acordos fechados com a oposição antes
que os Estados Unidos decidam sobre aplicar novamente sanções contra país.
“Temos opções à nossa
disposição. Não vou antecipar nenhuma delas neste momento, mas certamente temos
opções com relação a sanções e esse tipo de coisas que podemos fazer. Vocês têm
até abril”, disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa
Branca, John Kirby, em entrevista coletiva.
A suspensão temporária de várias
sanções dos EUA sobre o petróleo e o gás venezuelanos termina em abril, medida
tomada por Washington depois que o regime de Caracas e a oposição do país
chegaram a acordos em Barbados sobre a próxima eleição presidencial marcada
para ocorrer neste ano, ainda sem data definida.
Kirby disse que, nos acordos, a
ditadura de Maduro “assumiu alguns compromissos sobre os partidos
políticos da oposição, sobre eleições livres e justas e o que tudo isso
significava, e não tomou essas medidas”.
Na última sexta-feira (26), o
Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela manteve a inabilitação por 15
anos da principal candidata da coalizão de oposição para as eleições
presidenciais no país, María Corina Machado, o que a impede de disputar o
pleito, onde provavelmente terá que enfrentar Maduro, que tenta se perpetuar no
poder.
Em outubro de 2023, os EUA
anunciaram a suspensão temporária de várias sanções contra a Venezuela,
inclusive as que afetam o setor de petróleo e gás, depois que regime
venezuelano e a oposição concordaram com o monitoramento internacional das
próximas eleições.
O governo dos EUA advertiu, no
entanto, que a suspensão das sanções ao setor de petróleo e gás permaneceria em
vigor por seis meses e que poderia reconsiderar a decisão.
Entre as condições que Washington estabeleceu na época para não reativar as sanções estava a libertação de vários prisioneiros americanos na Venezuela, o que aconteceu no mês passado, mas também a habilitação de Machado para participar do processo eleitoral.
Regime diz que responderá “duramente” se sanções forem reconsideradas
Após o aviso americano, Caracas afirmou nesta segunda-feira que
o regime de Maduro “responderá severamente” se voltar a ser alvo de sanções por
parte dos americanos.
“Estamos muito atentos às ações tomadas (em Washington) nos
próximos dias que possam ser consideradas agressivas em relação ao direito
deste país de viver em paz, de progredir e de que sejam suspensas todas as
medidas coercitivas unilaterais (…) Se houver qualquer ação agressiva, nossa
resposta será severa, recíproca e enérgica”, declarou o chefe da delegação
do regime venezuelano nas negociações com a oposição, Jorge Rodríguez, conhecido
também por ser um aliado próximo de Maduro.
Rodríguez solicitou ao governo norte-americano que “não
interfira” em “assuntos que só dizem respeito aos venezuelanos”.
“Não aceitamos que ninguém interfira em nossos assuntos. Pedimos relações de respeito mútuo entre Estados e governos […] A esta altura, eles deveriam saber que não vamos aceitar nenhum tipo de pressão, nenhum tipo de ingerência”, disse Rodríguez. (Com Agência EFE)
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