A Polícia Civil informou nesta terça-feira (31) que identificou o principal suspeito de envolvimento na morte da turista baiana Diely Silva, ocorrida no último sábado (28) na comunidade do Fontela, em Vargem Pequena, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Segundo a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), trata-se de um adolescente de 16 anos, já conhecido pelas autoridades por envolvimento em atos infracionais e vinculado ao tráfico de drogas.
O jovem, que havia sido apreendido pela polícia em outras duas ocasiões somente este ano, possui um mandado de busca e apreensão em aberto por associação ao tráfico. Após o crime, o suspeito teria fugido para o Complexo da Penha, onde foi acolhido por lideranças da facção criminosa que atua na região.
Dinâmica do crime
Diely Silva foi atingida fatalmente enquanto estava em um carro que trafegava pela comunidade do Fontela. O motorista do veículo, que não é do Rio de Janeiro e desconhecia as regras impostas pelo tráfico local, tentou acessar a Avenida Benvindo de Novaes pela comunidade sem seguir as exigências impostas por traficantes. Na região, é comum a obrigatoriedade de trafegar com os vidros abaixados, luz interna acesa e pisca-alerta ligado, medidas exigidas pelos criminosos para evitar ações de facções rivais.
O adolescente, apontado como um dos responsáveis pela segurança da área, disparou contra o veículo ao perceber que as normas não haviam sido seguidas. Um dos tiros atingiu o pescoço de Diely, que não resistiu, enquanto o motorista foi ferido nas costas, mas sobreviveu. Após a ação, o suspeito fugiu para a Penha, onde a polícia acredita que ele recebeu proteção.
Repercussão e investigações
O corpo de Diely foi sepultado na Bahia nesta terça-feira, em meio à comoção de amigos e familiares. A Delegacia de Homicídios da Capital segue investigando o caso e busca cumprir o mandado de apreensão contra o adolescente, além de apurar a participação de outros indivíduos no crime.
A tragédia reacende o debate sobre a segurança nas áreas dominadas por facções criminosas e os riscos enfrentados por turistas e moradores que trafegam por comunidades controladas pelo tráfico.