Tarcísio tomou posse dizendo que não renovaria o programa e adicionar mais câmeras para grudar nos uniformes dos policiais. Depois, houve essas operações nas quais a polícia se portou de forma muito truculenta [Operação Verão, realizada no litoral na qual houve 56 mortos]. As cenas, que deveriam ter sido gravadas, não apareceram; quando surgiram, ou foram editadas, ou gravadas com desmazelo.
Agora, o governador decidiu adquirir 12 mil novas câmeras para a polícia. No edital, havia uma menção esquisita, segundo a qual essas câmeras não precisariam mais gravar de forma ininterrupta, segundo a conveniência dos policiais ou dos seus comandantes. Não me parece ser a forma mais adequada de utilização. Josias de Souza, colunista do UOL
Para Josias, tanto Tarcísio como o STF precisam esclarecer o funcionamento dessas novas câmeras – o presidente do Supremo Luís Roberto Barroso deu um prazo de seis meses para que seja apresentado um relatório de efetividade destes equipamentos.
Isso não serve apenas para detectar o mau comportamento de policiais: Ao contrário: serve para atestar o bom comportamento de bons policiais. Quando operaram corretamente, as câmeras serviram para reduzir a letalidade da polícia e a mortalidade entre os policiais.
O Estado não ganha nada interrompendo uma forma de operação das câmeras que já mostrou dar resultados. Tampouco ganham a polícia e a sociedade. Essa é a resposta que precisa ser dada pelo governador e pelo Supremo: as câmeras gravarão de forma ininterrupta ou não?
Barroso diz que não dá para saber se funcionará bem ou não antes que o equipamento comece a operar efetivamente. Pode-se fazer qualquer coisa em benefício de Tarcísio, menos papel de bobo. O risco de não dar certo é enorme. Josias de Souza, colunista do UOL