O primeiro-ministro do Haiti, Ariel Henry, está em Porto Rico desde terça-feira (5), sem conseguir voltar ao seu país porque gangues cercaram o principal aeroporto haitiano.
Henry estava no Quênia, passou pelos Estados Unidos e seguiu
para Porto Rico, onde agências federais americanas, como o FBI, o protegem.
Antes, não foi autorizado a pousar na República Dominicana, único país que tem
fronteira terrestre com o Haiti e cujo espaço aéreo foi fechado devido à crise
no vizinho.
Gangues exigem que Henry deixe o cargo: ele governa o Haiti desde
o assassinato do presidente Jovenel Moïse, em julho de 2021, que inflamou as
disputas entre gangues que dominam praticamente todo o país caribenho.
Em dezembro de 2022, Henry havia assinado um acordo com
representantes de partidos políticos e de organizações da sociedade civil,
chancelado pela comunidade internacional, no qual se comprometeu a convocar
eleições em 2023 para que um novo presidente tomasse posse em 7 de fevereiro de
2024.
Nada disso ocorreu, já que Henry vem reiterando que é impossível convocar eleições no Haiti sem que a crise de segurança seja contida.
O governo do Haiti decretou no último domingo estado de emergência e toque de recolher por 72 horas no departamento do oeste, onde fica a capital Porto Príncipe, após a tomada da principal penitenciária do país por grupos criminosos, que causou a fuga de mais de 3 mil prisioneiros.
Ontem, o poderoso chefe de uma coalizão de gangues armadas
no Haiti, Jimmy Chérizier, conhecido como “Barbecue”, alertou: “Se Ariel Henry
não renunciar, o país caminhará diretamente para o genocídio. Se a comunidade
internacional continuar apoiando Ariel Henry, estaremos caminhando diretamente
para uma guerra civil que terminará em genocídio”.
O Conselho de Segurança da ONU marcou uma sessão
extraordinária a portas fechadas para hoje com o objetivo de discutir o caso do
Haiti, e os Estados Unidos e a Comunidade do Caribe (Caricom) negociam com Henry
saídas para a crise.
Segundo informações da agência Associated Press, a embaixadora americana nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, disse que os EUA pediram a Henry que “avançasse num processo político que conduziria ao estabelecimento de um conselho presidencial de transição que levaria à realização de eleições”. (Com Agência EFE)
Créditos Portal Gazeta do Povo. Leia no Site original Clicando Aqui