Professores de cursinhos explicam opções para conseguir vaga no certame, que tem mais de 6 mil vagas abertas para ingresso no funcionalismo Passado o carnaval, os foliões já começaram a deixar as fantasias de lado e iniciam a volta à rotina de trabalho e estudos. Com a prova do Concurso Nacional Unificado (CNU) batendo à porta – no dia 05 de maio – é preciso estar atento para não deixar a peteca cair e garantir uma das 6 mil vagas de entrada para o serviço público. São mais de 2, 65 milhões de candidatos, portanto, é preciso estar com o aprendizado em dia para não ficar de fora do maior certame da história.
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Desde o lançamento dos editais, os cursinhos preparatórios começaram a reorganizar as aulas para abordar os temas previstos e o novo modelo de aplicação das provas. O conteúdo voltado ao nível superior os diretores e professores surpreendeu pela ausência de matérias que tradicionalmente fazem parte de concursos.
No bloco voltado às carreiras de nível médio, a principal novidade é a exigência de conhecimentos de realidade brasileira, que envolvem temas como políticas públicas, direitos humanos, diversidade, inclusão e meio ambiente. Diretor e professor da Central de Concursos, Gabriel Henrique Pinto salienta que, para quem deixou os estudos de lado durante a folia, é preciso fazer uma boa revisão nos conteúdos.
– A recapitulação pode ser feita por meio de exercícios de fixação, bem como também pela leitura de resumos e mapas mentais. Depois disso, é fundamental focar os estudos nos demais tópicos do conteúdo programático de cada disciplina. No entanto, não basta só ler a teoria. É fundamental também praticar. É indispensável realizar exercícios de fixação e, sobretudo, provas anteriores da Cesgranrio, que é a organizadora do concurso – aconselha.
Além das provas objetivas, serão aplicadas questões discursivas aos candidatos. Aos de nível superior, a depender do bloco temático escolhido, a avaliação discursiva terá só uma questão. Metade da nota será voltada à análise do conteúdo e a outra metade, ao correto uso da língua portuguesa.
Conforme as semanas se passam e a prova fica cada vez mais perto, o tempo de estudo deve ser dedicado mais à resolução de questões do que à teoria, aponta Gabriel Henrique Pinto.
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– Sugiro também que, sobretudo faltando cerca de 45 dias para as provas, os candidatos passem a realizar, se possível todas as semanas, um simulado. Além de ser uma forma de mensurar os conhecimentos sobre todas as disciplinas que serão cobradas nas provas, ele também estará treinando ‘gestão de tempo’ (para responder às questões e preencher o cartão-resposta) e se preparando psicologicamente para tudo o que envolve o dia do concurso – complementa.
O novo modelo de seleção adotado pelo Concurso Nacional Unificado permite que os participantes concorram a mais de um cargo dentro de uma área escolhida. As vagas foram divididas em oito blocos, sendo sete destinados a cargos de nível superior e um para nível médio.
Cada um desses blocos terá cinco eixos temáticos. Cada órgão definiu pesos diferentes para cada eixo temático. Ou seja, mesmo com as vagas agrupadas em um mesmo bloco, os conteúdos cobrados terão pesos diferentes dependendo do cargo selecionado.
Victor Dalton, fundador e diretor do Direção Concursos, dá conselho para quem está determinado em realizar o certame:
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– Como o conteúdo programático é radicalmente diferente do que vimos nos concursos na última década, o ideal é ter uma rotina de estudos de modo a passar por todas as matérias ao longo de uma semana. Desta forma, o candidato sempre estará em contato com todo o conteúdo do concurso. Assim, ele diminui as chances de esquecer a matéria à medida que avança nos estudos.
Além da prova, diversos cargos preveem uma fase de análise de títulos. Essa etapa será classificatória somente. Por isso, é importante que os candidatos tenham todos os documentos que comprovem suas titulações.
O especialista em Concursos Públicos do Estratégia Concursos Victor Tanaka detalha que a preparação deve ser muito focada no estudo de modelo de prova aplicado pela banca. Uma outra dica é trabalhar muito a atenção nas matérias que são inéditas, conteúdos que o aluno nunca viu e que possuem um peso maior, diz.
– A tendência é a de que a banca, inevitavelmente, acabe repetindo formas de cobrança de conteúdos prévios, nem que seja a maneira interpretativa da questão. Então, é fundamental a resolução de muitas questões da banca Cesgranrio. E, ao mesmo tempo, aliar com revisões periódicas. Numa reta final, eu recomendo menos aquela revisão do dia seguinte e mais aquela revisão semanal ou por blocos.
Filipe Chagas, professor da ZeroHum Concursos, destaca a necessidade dos alunos ingressarem em cursos preparatórios.
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– Embora pareça uma propaganda, essas escolas já têm conteúdos organizados e focados para a prova, o que poupa tempo de organização dos alunos.
Tire suas dúvidas
Quando serão aplicadas as provas?
Em 5 de maio. O resultado final será anunciado em 30 de julho, e o início das convocações ocorrerá em 5 de agosto.
Poderei me candidatar a vagas em diferentes blocos?
Não será possível se candidatar para vagas em blocos diferentes, já que a lógica do concurso é agrupar postos em áreas correlatas.
Ou seja, os participantes vão concorrer a mais de um cargo, dentro do bloco temático selecionado. A aprovação ocorrerá conforme a indicação de preferência do candidato, e ele será alocado da maior à menor preferência, caso tenha nota suficiente.
Como ser aprovado e continuar no meu estado?
Não será possível escolher preferência geográfica, apenas de vagas. Para permanecer no mesmo estado, o candidato deverá atentar se as vagas dentro do bloco escolhido são, majoritariamente, voltadas para sua região.
Qual será a validade da prova?
A validade do certame, que estava prevista para dois anos, foi modificada para um ano, podendo ser prorrogada por mesmo período, caso o governo federal avalie a necessidade. Segundo apurado, a ideia é que a realização do “Enem dos Concursos” seja mais frequente, informam fontes no Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos.
Onde serão aplicados os testes?
As provas serão aplicadas em 220 cidades, em 5.141 locais. Serão alocados 46 candidatos por sala. Cerca de 350 mil pessoas atuarão na aplicação das provas.
Qual a novidade no cadastro de reserva?
O governo federal informou que as pessoas no cadastro de reserva do Concurso Nacional Unificado poderão ser convocadas para contratações temporárias em ministérios e órgãos. Ainda assim, o candidato será mantido no cadastro.
Como será no dia das provas?
Aos candidatos de nível superior, no bloco matutino, com duração de 2h30, serão aplicadas as provas objetivas de conhecimentos gerais, com 20 questões. Junto, será entregue uma prova discursiva de conhecimento específico do bloco. No bloco vespertino, com duração de 3h30 e 50 questões, serão cobrados conhecimentos específicos, em questões objetivas.
Aos candidatos de nível médio, no bloco matutino, com duração de 2h30, serão aplicadas as provas objetivas de conhecimentos gerais, com 20 questões. Junto, será entregue uma redação a ser escrita. O bloco vespertino terá duração de 3h30 e 40 questões objetivas.
Blocos temáticos
As vagas estão distribuídas em oito blocos temáticos. Os candidatos podem se inscrever para mais de um cargo, desde que estejam no mesmo bloco. O candidato pode trocar de área ao longo do processo de inscrição. Veja:
Infraestrutura, Exatas e Engenharias (727 vagas)
Tecnologia, Dados e Informação (597 vagas)
Ambiental, Agrário e Biológicas (530 vagas)
Trabalho e Saúde do Servidor (971 vagas)
Educação, Saúde, Desenvolvimento Social e Direitos Humanos (1.016 vagas)
Setores Econômicos e Regulação (359 vagas)
Gestão Governamental e Administração Pública (1.748 vagas)
Nível Intermediário (692 vagas)
Como montar a estratégia para o concurso: escolher vaga, salário e região?
Além de fazer questões da banca para o mesmo nível do cargo almejado, veja em qual cargo você tem um melhor desempenho e escolha por regiões menos concorridas, a exemplo da região Norte, afirma o professor Marquinhos, do Gran Cursos.
Como se planejar para alcançar a carreira dos sonhos?
É preciso partir do pressuposto: “Qual cargo almejado?”. Diante desse questionamento e das ambições do candidato, é necessário montar um planejamento condizente com a recompensa, alerta Marco Brito, diretor pedagógico do Degrau Cultural:
— Se a pessoa quer o cargo com maior salário, precisa estar estudando há um tempo. É preciso construir conhecimento com o passar dos dias de estudo.
Qual o perfil da banca?
De acordo com especialistas ouvidos pelo EXTRA, a Cesgranrio costuma focar na interpretação de texto dos candidatos e cobrar menos conteúdos que exigem “decoreba”.
Quais foram as retifações realizadas nos editais?
O governo federal fez novas alterações nos editais do Concurso Público Nacional Unificado, conforme publicado no Diário Oficial da União. As alterações incluem atualizações na formação exigida, detalhes sobre as remunerações de alguns cargos e adição de tabelas de titulação. As mudanças são específicas para determinados cargos, e os candidatos são aconselhados a lerem atentamente o edital de retificação.
Algumas das principais alterações incluem a inclusão de formação em Engenharia Geológica ou Geologia para o cargo de analista de planejamento, gestão e infraestrutura em informações geográficas e estatística. Também foram atualizadas tabelas de atribuição de pontos por avaliação de títulos e quadros de retribuição por titulação para diversos cargos.
Os órgãos que retificaram os editais incluem Advocacia-Geral da União (AGU), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), e Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
A União já tinha realizado mudanças que abrangeram uma variedade de aspectos, incluindo requisitos de formação, locais de trabalho, remuneração, remanejamento de vagas e critérios de pontuação na fase de avaliação de documentos.
Um ajuste relevante disse respeito às vagas de auditor-fiscal do trabalho no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), onde a exigência inicial de candidatos serem “especialistas em auditoria e fiscalização” foi modificada para permitir a inscrição de candidatos de qualquer área do conhecimento.
Outra alteração notável ocorreu no Edital 5, relacionado à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), especificamente para o cargo de técnico de assuntos educacionais, que originalmente aceitava formação em qualquer área, mas foi corrigido para exigir um diploma em Pedagogia.
Em resposta às modificações, o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) classificou as retificações como “formais” e assegurou que não causarão prejuízos aos candidatos.
O ministério defendeu a natureza das retificações como uma medida preventiva para evitar interpretações equivocadas do edital, “visando a garantir a integridade e imparcialidade no processo de seleção dos futuros servidores públicos”.
Também foram adicionadas informações sobre a intensificação dos procedimentos de segurança durante a realização das provas, proibindo determinados comportamentos, como permanecer na sala após o fechamento dos portões, registrar ou divulgar a prova por meio de imagem, vídeo ou som, e o consumo de substâncias proibidas no local de aplicação.
“Será proibido levar ou ingerir bebidas alcoólicas ou utilizar drogas ilícitas ou cigarro e outros produtos derivados do tabaco no local de provas”, complementou o MGI.
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