Em uma publicação na sua rede social Truth Social, o ex-presidente
americano Donald Trump (2017-2021) criticou uma decisão de um tribunal de
Washington, que apontou na terça-feira (6) que ele não tem imunidade
presidencial contra acusações por supostamente tentar reverter sua derrota nas
eleições de 2020 e instigar o ataque de 2021 ao Capitólio.
“Um presidente dos Estados Unidos precisa ter imunidade
total para exercer suas funções adequadamente e fazer o que precisa ser feito
para o bem do nosso país”, escreveu Trump.
“Uma decisão destruidora da nação como esta não pode ser
mantida. Se não for revertida, como deve ser, esta decisão prejudicará
terrivelmente não só a presidência, mas também a vida, a respiração e o sucesso
do nosso país”, acrescentou o republicano, cuja defesa deve recorrer à Suprema
Corte.
“Um presidente terá medo de agir por medo da resposta cruel
do partido opositor depois de deixar o cargo. Eu sei por experiência própria,
porque estou passando por isso agora”, afirmou Trump.
“Se tornará uma arma política para interferência eleitoral.
Até as nossas eleições serão corrompidas e sitiadas. Tão ruim e tão perigoso
para a nossa nação. Salvem a imunidade presidencial!”, disse o republicano.
O Tribunal de Apelações do Distrito de Columbia justificou
na terça-feira que Trump não é mais presidente e sim o “cidadão Trump” e que “qualquer
imunidade executiva que possa tê-lo protegido enquanto ele servia como
presidente não o protege mais contra esse processo”.
A decisão judicial desta terça-feira ocorreu depois que
Trump solicitou ao tribunal, em 24 de dezembro, que anulasse a decisão de um
juiz de primeira instância de rejeitar os pedidos de imunidade feitos por sua
equipe jurídica.
Na petição ao tribunal de apelações, a equipe jurídica de
Trump argumentou que a acusação do promotor especial Jack Smith é
inconstitucional porque presidentes não podem ser processados criminalmente a
menos que sejam condenados primeiro pelo Senado.
Em 2 de fevereiro, a juíza federal Tanya Chutkan, de
Washington, que está cuidando do caso da invasão ao Capitólio, adiou a data de
início do julgamento, que deveria começar em 4 de março, à espera da resolução
anunciada nesta terça-feira.
O caso de Washington é uma das quatro acusações criminais
contra Trump em vários tribunais. O magnata republicano é acusado em um
tribunal estadual da Geórgia por supostamente liderar um esquema para alterar
os resultados das eleições no estado, onde perdeu para o atual presidente, Joe
Biden.
Em Nova York, ele foi acusado de supostos pagamentos
irregulares à atriz pornô Stormy Daniels, com quem teve um caso no passado,
para comprar o silêncio dela durante a campanha eleitoral de 2016.
Já na Flórida, Trump é acusado de remover e manter ilegalmente
em sua mansão em Mar-a-Lago documentos confidenciais que ele retirou da Casa
Branca após deixar o poder.
Esta será uma semana importante para Trump, pois a Suprema Corte começará a analisar na quinta-feira (8) se a 14ª Emenda da Constituição torna o ex-presidente inelegível, já que vários estados o acusam de ter liderado uma “insurreição” em 2021. (Com Agência EFE)
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