O alto representante da União Europeia (UE) para Assuntos
Exteriores e Política de Segurança e vice-presidente da Comissão Europeia,
Josep Borrell, defendeu nesta sexta-feira (19) na cidade de Valladolid, na
Espanha, que a comunidade internacional deve “impor” a criação de um
Estado palestino, apesar da atual recusa de Israel.
Borrell
advertiu em discurso na Universidade de Valladolid que, se não houver essa
imposição, o que ele classificou como “espiral de ódio” continuará geração após
geração.
“As
partes estão muito em desacordo para poderem chegar a um ponto comum por conta
própria”, argumentou Borrell em declarações à imprensa. Ele incentivou o
mundo árabe, a Europa, os Estados Unidos e toda a Organização das Nações Unidas
(ONU) a adotar essa decisão de “reconhecer” a criação de um Estado palestino,
apesar da oposição de Israel.
Perguntado
se a resolução desse conflito é possível enquanto Benjamin Netanyahu continuar
a ser o líder de Israel, ele disse que, obviamente, o governo do país é um “impedimento”,
mas os “governos passam”, e o importante é saber como os “cidadãos de ambos os
lados entendem esse conflito e as possíveis soluções”.
“Acredito
que a segurança de Israel não pode ser alcançada apenas por meios militares […].
Todos que se dizem a favor da solução de dois Estados devem estar ativamente
envolvidos em torná-la realidade e, se a comunidade internacional for a favor,
então terá que ‘impor’ essa solução”, declarou Borrell.
Ele alegou
também que “o Hamas foi ‘financiado por Israel’ durante anos para tentar
enfraquecer a autoridade palestina do Fatah”.
O alto
representante da UE pediu uma “pausa humanitária com urgência”, para a situação
se estabilizar na região, os reféns israelenses serem libertados e Israel se “retirar
da Faixa de Gaza” quando isso acontecer.
Mar Vermelho à beira de situação “muito perigosa”
Sobre a
extensão do conflito israelense-palestino para o Mar Vermelho, onde os houthis
do Iêmen têm atacado embarcações que afirmam ter “ligação com Israel”, Borrell
enfatizou que a prioridade deve ser “evitar uma escalada” e pediu proteção à
navegação por essa importante rota marítima sem deixar que a tensão se agrave.
“Estamos
à beira de uma situação que pode ser muito perigosa, e a qualquer momento uma
faísca pode se acender”, disse, indicando que a UE não vai enviar seus
navios em “missões de combate”, mas apenas para “proteger a navegação”.
Sobre o conflito entre Ucrânia e Rússia, Borrell o resumiu como uma guerra entre um “poder soberano contra um poder imperial”, de um país [a Rússia] que é incapaz de se desvincular de sua visão colonial e de sua identidade como império, visão esta que também foi escolhida por czares, soviéticos e agora Putin.
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