O corpo do indígena Guarani Kaiowá Neri da Silva (23) foi necropsiado por peritos da Polícia Federal que viajaram de Brasília. Após a autópsia realizada no IML de Ponta Porã, o cadáver será transferido para Dourados, onde passará por um exame de raio-x antes de ser levado para a Terra Indígena Nhanderu Marangatu, em Antônio João.
Neri morreu na manhã de terça-feira (18) em um confronto com a tropa de choque da MPMS. Segundo relatos, o conflito ocorreu durante uma operação policial em cumprimento de uma decisão judicial. A polícia alegou que os indígenas estavam armados com estilingues, flechas e armas de fogo.
O incidente começou por volta das 5h30, quando as equipes policiais notaram a movimentação dos indígenas. Após tentativas de contato, os policiais teriam sido surpreendidos e iniciaram um confronto. A polícia afirma que Neri foi visto disparando contra os agentes.
Durante a busca no local do confronto, foram encontradas armas de fogo e outros objetos que indicavam resistência por parte dos indígenas. As autoridades estão sendo chamadas a apresentar relatórios sobre a situação e as medidas tomadas em um prazo de cinco dias.
A FUNAI lamentou a morte de Neri, classificando-o como “brutalmente assassinado” e anunciou a abertura de uma investigação. A fundação reiterou seu compromisso em garantir que a violência contra as comunidades indígenas cesse e que os responsáveis sejam punidos.
Esse episódio reflete uma crescente tensão entre comunidades indígenas e as autoridades no Brasil, levantando questões sobre direitos humanos e a proteção dos povos indígenas em meio a conflitos territoriais.