Um bar de Itapema adotou um amuleto nada convencional: uma urna funerária. O item, esquecido por um cliente, conta com possíveis restos mortais e desde então acabou dando sorte a Ademilson Quaresma, dono do conhecido Bar do Zico, que fica na rua 440 do bairro Morretes. O objeto fúnebre, deixado há cerca de um mês, repercutiu nas redes sociais na última semana, atraindo curiosos ao empreendimento.
Quaresma conta que, em meados de janeiro, chegou um homem desconhecido no estabelecimento. O relógio marcava meia-noite e o cliente pediu uma água. Zico, como de costume, entregou a ele e foi atender outros clientes do bar.
Quando voltou para cobrar, o homem tinha simplesmente sumido. O proprietário continuou atendendo normalmente, afinal, o bar estava cheio. Por volta das 3h, quando se organizava para fechar o local, foi limpar o balcão e se deparou com a surpresa.
“Eu enxerguei uma sacola preta e fui abrir para ver o que tinha dentro. Foi então que eu me deparei com aquilo que eu imaginava ser um vaso. Até pensei em colocar uma flor ali dentro ou guardar moedas. Resolvi mostrar para um casal de clientes que estava ainda por aqui. Quando me viu com o vaso na mão, a mulher deu um pulo e disse que se tratava de uma urna funerária, usada para colocar cinzas. Aí eu me assustei”, relembra ele.
A mulher abriu a urna funerária e visualizou que ela estava cheia de restos de cinza e que dentro também tinha um cartão, mas ele não foi aberto. Com o susto, Zico chegou a dormir no estabelecimento nos primeiros dias após o acontecido para vigiar a urna. Sempre com as luzes acesas.
“Eu estava bem assustado, queira ou não é um ser humano, uma alma, que foi colocado ali dentro e veio parar no meu bar. Apesar do medo, eu deixei a urna ali, muitos falaram para eu colocar fora, no mato ou no mar, mas como eu vou ter coragem de jogar em qualquer lugar os possíveis restos mortais de uma pessoa?”, relata.
Urna funerária dobrou o movimento no bar
Passado alguns dias e o susto, agora Zico lida bem com a situação. Ele até já se acostumou com a urna e nem faz mais questão de tirá-la do bar, a não ser que algum familiar o procure e peça o objeto. Como bom católico que é, mantém um ritual sagrado.
“Todo dia eu acendo uma vela, rezo um Pai Nosso e uma Ave Maria e peço que essa pessoa encontre o caminho da luz. Eu vou seguir aqui, cuidando da urna, parece que ela está até dando sorte”, conta.
“O movimento dobrou por aqui desde que essa história veio à tona. Tem uns que chegam e pedem para ver, tem outros que olham e vão tomar cerveja lá fora do bar, nem ficam aqui dentro, é até engraçado”.
Enquanto a nova peça decorativa do estabelecimento está dando o que falar, o “vivente”, como diz Zico, que deixou a urna no bar, nunca mais apareceu, deixando no ar o mistério sobre a origem da urna.
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