Estudioso dos movimentos econômico e social de SC, especialmente a partir do Sul do Estado, o publicitário Willi Backes apresenta um cenário que remete à releitura do futuro do turismo. Sob a ótica de quem olha o setor fixo na região menos desenvolvida, sugere intervenções de governos municipais que apostem na lapidação da pedra ainda bruta.
Anota ele que há cada temporada do verão – mas, não só na temporada – a grande Florianópolis e municípios litorâneos para o norte do Estado de Santa Catarina, mais do que dobram a sua população formada pelos residentes, visitantes temporários e transeuntes. As 42 praias propagadas de Florianópolis, Balneário Camboriú, Itajaí/Brava, Itapema, Penha, Bombinhas, Barra Velha, São Francisco e outras mais, superlotam, fazendo transbordar problemas relacionados aos acessos rodoviários e estacionamentos, abastecimento regular de água potável e energia elétrica, recolhimento e tratamento do lixo sólido e líquido, atendimento clínico e hospitalar, e notadamente questões relacionadas à segurança pública.
O exponencial desenvolvimento e crescimento dos investimentos da indústria imobiliária, em toda área muito superior aos serviços paralelos óbvios e necessários, faz prever agravamento insolúvel principalmente na mobilidade urbana. O saturamento já é hoje perceptível em muitas situações e locais.
A região sul do Estado de Santa Catarina, formada pelas macrorregiões da AMUREL, AMREC e AMESC, total de 45 municípios mais a comunidade de Paulo Lopes (na grande Florianópolis), possui população residente aproximada de 1 milhão de habitantes. A distância do município de Paulo Lopes até Passo de Torres, via BR 101, é de apenas 216 km.
Balneário Gaivota no extremo sul, Arroio do Silva e Balneário Rincão, despontam com áreas litorâneas bem urbanizadas, cuidadas e seguras. O município de Laguna, com potenciais acima de qualquer outra região litorânea do País, decepciona quanto aos necessários cuidados dos fatores históricos, meio ambiente, segurança pública, ações institucionais e promocionais. Em contrapartida, Balneário Rincão faz modelo de gestão pública exemplar no Estado de Santa Catarina.
De Paulo Lopes a Passo de Torres, abundam lagoas, lagos, riachos, dunas, enseadas, pequenas praias, com médias dimensões e outras com extensas dimensões abertas. Todas com muita história.
O paraíso natural das áreas litorâneas do sul catarinense tem nomes e apelidos, como: Enseada da Pinheira – Ponta do Papagaio – Praia da Pinheira – Praia de Cima – Guarda do Embaú – Gamboa – Praia do Siriú – Dunas do Siriú – Praia do Ouvidor – Garopaba – Praia da Vigia – Ponta do Galeão – Praia do Silveira – Praia da Ferrugem – Praia da Barra – Piscina – Ibiraquera – Praia do Rosa – Barra do Ibi – Lagoa do Quintino – Praia D´Água – Praia do Porto – Dunas de Itapirubá – Praia de Itapirubá – Pedra do Frade – Praia do Gi – Balneário Laguna Internacional – Laguna – Lagoa de Santo Antônio – Barra – Gravatá – Ipuã – Ilha Pontal do Ypuá – Praia da Galheta – Praia da Galheta Sul – Dunas da Praia Grande – Farol de Santa Marta – Camacho – Ferrugem – Praia Figueirinha – Garopaba – Balneário Paraíso – Balneário Nova Camboriú – Balneário Figueirinha – Balneário Dunas do Sul – Balneário Arroio Corrente –
Balneário de Campo Bom – Balneário de Esplanada – Barra do Torneiro – Balneário Rincão – Sete Lagoas do Balneário Rincão – Barra Velha – Barra do Rio Araranguá – Ilha – Morro dos Conventos – Arroio do Silva – Guaraca – Praia do Caçamba – Praia do Arpoador – Praia do Maracujá – Lagoinha – Praia Lagoa Cortada – Balneário Gaivota – Praia Sumaré – Praia Xangrilá dos Mares – Balneário Bella Torres – Praia Azul – Praia Grande – Passo de Torres.
Em tempos históricos, turismo em Santa Catarina é pauta recente. Muitos como eu, estudou no Colégio Agrícola Federal em Camboriú. Lá estive em 1970, quando na praia de Itapema tinha apenas um hotel com praia reservada e em Balneário Camboriú, ainda distrito, tinha numa ponta/norte o hotel Marambaia e no sul um prédio com alguns andares e que era hospedagem para férias de padres. No mais, pequenas e simples edificações. Éramos os donos da praia, sempre que possível nas folgas.
Passados apenas 54 anos, o município de Balneário Camboriú é uma das comunidades brasileiras mais requisitadas por investidores do Estado, do Brasil e do Exterior. O mesmo vale para a explosão imobiliária do município de Itapema.
Uma das muitas razões – a principal – da capital e norte ter se desenvolvido no turismo antes do sul, está certamente na imensa diferença de tempo da conclusão da duplicação da BR 101, que hoje duplicada em toda sua extensão, serpenteia por todo litoral catarinense. Havia também a desculpa da falta de um aeroporto próximo. Com a Br 101 duplicada e aeroporto em funcionamento, acabaram-se as principais desculpas para a letargia governamental e empresarial para prospecção e planejamento de projeto (s) que busquem investimentos nos mais diversos setores produtivos do turismo.
Conclui que o sul catarinense tem predicados relevantes quanto as potencialidades para o desenvolvimento do turismo em todas as suas instâncias.
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