Os chefes de inteligência de Israel, Estados Unidos e Egito, bem como o primeiro-ministro do Catar, pretendem se reunir neste domingo (27) em Paris para promover negociações para uma trégua na Faixa de Gaza, onde morreram mais de 26,4 mil pessoas em 114 dias de guerra.
Embora a reunião não tenha sido oficialmente confirmada, os meios de comunicação locais informaram neste domingo, citando fontes oficiais anônimas, tanto israelenses como americanas, sobre o encontro, que acontecerá em Paris e que visa relançar as negociações para um cessar-fogo e uma troca de reféns por prisioneiros palestinos.
O diretor do Mossad, David
Barnea; a do Shin Bet, Ronen Bar – as duas agências de inteligência israelenses
–; e o major-general Nitzan Alon, nomeado comissário do governo israelense para
a questão dos reféns, viajaram a Paris para se reunirem com o diretor da CIA,
William Burns; o chefe da inteligência egípcia, Abas Kamel; e o
primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, que negocia em
nome do grupo islâmico Hamas.
Questionado sobre esta reunião
pela Agência EFE, o Gabinete do Primeiro-Ministro de Israel limitou-se a dizer
que “Israel faz e continuará fazendo todo o possível para a libertação imediata
de todos os sequestrados”.
O jornal israelense Yedioth
Ahronoth, o principal de Israel, informa que o objetivo do encontro é
alcançar um “ponto de partida” para iniciar as negociações, por isso ainda não
há agenda ou pontos específicos para discutir.
Nas últimas semanas, várias
propostas elaboradas por Catar, Egito e EUA, os países mediadores, foram
colocadas sobre a mesa, mas todas foram rejeitadas tanto por Israel como pelo
Hamas, que governa de fato na Faixa de Gaza, que ainda mantém posições, confrontos
que impedem um ponto de partida para a negociação.
Israel não aceita o fim das
hostilidades, apenas um cessar-fogo temporário que permita a libertação dos
reféns, e depois prossegue com o seu objetivo de destruir o Hamas; enquanto o
Hamas exige a retirada total das tropas israelenses da Faixa de Gaza.
As partes chegaram a um acordo
de trégua de uma semana, entre 24 e 30 de novembro, que pôs fim aos combates e
permitiu a troca de 105 reféns – incluindo estrangeiros – para a libertação de
240 prisioneiros palestinos; algo que não se repetiu desde então.
Permanecem dentro da Faixa 132
reféns sequestrados pelo Hamas, dos quais se estima que 25 possam estar mortos;
além de quatro mantidos no enclave durante anos, dois deles soldados mortos.
No total, 110 reféns foram
deixados vivos – alguns libertados pelo Hamas “por razões humanitárias” antes
da trégua de novembro – e as tropas israelenses recuperaram os corpos de 11
prisioneiros mortos, incluindo três que o Exército matou por engano.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, enfrenta forte pressão das famílias dos reféns que exigem que ele negocie um acordo a qualquer preço para libertar todos eles, embora o chefe de Governo insista que a pressão militar é a melhor forma de conseguir o regresso dos sequestrados.
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