O presidente da Argentina, Javier Milei, afirmou nesta
sexta-feira (26) que, apesar da falta de reação em muitos países do mundo ao
conflito na Faixa de Gaza, seu país “não permanece calado diante do terror
do Hamas” e exigiu “a libertação imediata de todos os civis
sequestrados”, incluindo 11 argentinos.
“Hoje muitos países do mundo livre lamentam essa atitude de
silêncio diante das atrocidades dos nazistas. Para que a história não se
repita, nós, que defendemos a liberdade, temos a obrigação de garantir que isso
não volte a ocorrer. No entanto, muitos países caem no mesmo silêncio, um
silêncio que atordoa. A Argentina não permanece em silêncio diante do terror do
Hamas”, disse o líder argentino em Buenos Aires durante um ato
comemorativo do Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, no
Museu do Holocausto.
A Corte Internacional de Justiça (CIJ) emitiu nesta sexta
medidas cautelares contra Israel, pedindo
medidas “imediatas e eficazes” para impedir a prática de um “genocídio
em Gaza” e punir qualquer incitamento ao “extermínio dos palestinos” no
enclave, embora não tenha exigido um “cessar-fogo” como foi solicitado
pela África do Sul.
Milei, que não é judeu, mas nos últimos meses abraçou o judaísmo
e mostrou a sua posição favorável a Israel, não se referiu particularmente à
medida emitida nesta sexta pela corte de Haia.
“No meu mandato, me comprometo a continuar trabalhando com as
organizações da comunidade [judaica] na Argentina para alcançar uma sociedade
que respeite mais a diversidade cultural e religiosa”, disse ele.
Milei também se comprometeu a “fortalecer os laços diplomáticos,
comerciais e de amizade com o Estado de Israel”.
O presidente também confirmou que viajará nas próximas semanas
para os territórios conhecidos como “Terra Santa”, no território disputado
entre Israel e vários países árabes.
“[Esta visita] constituirá um novo capítulo na fraternidade
entre nossas duas nações, também como parte dos 30 anos desde o ataque à AMIA”,
disse Milei, se referindo ao ataque terrorista sofrido por essa associação em
Buenos Aires, em 18 de dezembro de 1994, o pior atentado da história da
Argentina, que deixou 85 mortos e 300 feridos.
A Justiça argentina responsabiliza o governo iraniano da época e
o grupo libanês Hezbollah pela sua autoria.
Neste sentido, Milei afirmou que “trabalhará para apoiar a Justiça e pôr fim à impunidade que rodeia este crime aberrante”, afirmou. (Com Agência EFE)
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