A Rússia considera que a Suíça se afastou de seu status de país neutro ao apoiar a Ucrânia, criando assim uma “atitude inamistosa”. Por isso, Moscou afirmou que vai configurar suas relações com o país com base nesses entendimentos, alertou nesta terça-feira (23) o Ministério das Relações Exteriores russo.
A diplomacia russa informou sobre uma reunião em Nova York entre o ministro das Relações Exteriores do país, Sergey Lavrov, e o chefe do Departamento Federal de Relações Exteriores da Suíça, Ignazio Cassis. “O lado russo expressou suas avaliações em relação ao afastamento da Suíça dos princípios de neutralidade e o apoio acrítico de Berna a Kiev. Essas ações, juntamente à política hostil com a Rússia, são levadas em consideração na formação da linha (de atuação) russa em relação à Suíça”, disse Lavrov.
Além disso, de acordo com a Chancelaria russa, Lavrov e Cassis “discutiram uma série de questões práticas levando em consideração a participação da Suíça como membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU”.
Em meados de janeiro, a presidente da Suíça, Viola Amherd, deixou clara ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, a disposição de Berna em continuar a apoiar Kiev, já que a guerra com a Rússia está entrando em seu terceiro ano.
Zelensky agradeceu esse apoio e assegurou que, apesar da tradicional neutralidade da Suíça – que impediu Berna de exportar armas para Kiev durante o conflito – “nesses dois anos ela não ficou indiferente ao sofrimento ucraniano, pois forneceu valiosa ajuda humanitária”.
Amherd afirmou, nesse sentido, que a Suíça pretende continuar apoiando a Ucrânia em uma segunda fase, entre 2025 e 2028, com 1,5 bilhão de francos suíços (R$ 8,5 bilhões) para a reconstrução do país. Ela também mencionou um valor adicional de 100 milhões de francos suíços (R$ 572,7 milhões) para operações de desativação de minas terrestres na Ucrânia.
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