O balanço sobre os prejuízos causados pelas enchentes em 2023 na cidade de Brusque, no Vale do Itajaí, revelou um montante de quase R$ 30 milhões para o município, que enfrentou a terceira pior cheia de sua história no final do ano passado.
O levantamento foi feito pela Secretaria de Obras e Serviços Urbanos, o qual apontou para o prejuízo de aproximadamente R$ 28.395.382,91, gerados pelas fortes chuvas de outubro e novembro.
Os danos na Avenida Bepe Rosa, a margem direita da Beira Rio, alcançaram o valor de R$ 8.986.595,20. Já na Avenida Luiz Henrique da Silveira, a margem esquerda, os danos foram na casa dos R$ 6.371.496,32. Somados, os estragos nas duas margens trouxeram um prejuízo de R$ 15.358.091,52.
No período das cheias, o rio Itajaí-Mirim saiu da calha 11 vezes, sendo que, em uma delas, no dia 17 de novembro de 2023, seu pico alcançou 8,96 metros, terceiro maior registro da história de Brusque. Foram mais de 24 horas sem que o rio voltasse para a calha.
Prejuízos foram registrados em diversos pontos da cidade
Conforme a secretaria, os prejuízos não ficaram somente na Beira Rio. A Ponte Arthur Schlosser, também conhecida como Ponte do Terminal, sofreu um dano estimado em R$ 2.023,00, em grande parte, devido ao problema em uma de suas cabeceiras.
Ainda segundo a Prefeitura Municipal, a estrutura da ponte suportou tranquilamente as cheias, sem sofrer abalos na estrutura.
Pela proximidade com o rio Itajaí-Mirim, a Rua Francisco Sassi, no bairro Jardim Maluche, também foi bastante impactada no período de cheias, gerando um prejuízo avaliado em R$ 1.007.949,99.
Diversos pontos da cidade também foram prejudicados por conta de enxurradas, deslizamentos, quedas de árvores, acúmulo de entulhos, também incluídos no relatório, somando mais de R$ 10 milhões em perdas.
Parte dos recursos de recuperação será encaminhado pelo Governo de SC
Segundo a Prefeitura de Brusque, uma parte dos recursos necessários para a recuperação dos prejuízos virá do Governo do Estado, enquanto outro montante será custeado com valores do próprio município. Contudo, ainda é preciso aguardar a liberação do montante vindo de Florianópolis.
Após a enchente, os reparos começaram a ser realizados imediatamente. Em pouco mais de duas semanas, a prefeitura investiu R$ 767.207,51 em serviços emergenciais, custeando maquinário, equipamentos e materiais necessários para a recuperação da cidade.
O secretário de Obras e Serviços Urbanos, Ivan Bruns Filho, explicou sobre o prejuízo expressivo causado à cidade.
“No ano de 2023, a partir do dia 4 de outubro, a Prefeitura de Brusque, assim como toda a cidade, teve que lidar com um problema sério que foi causado com as cheias, ocasionadas pelo fenômeno El Niño. Então, do dia 4 de outubro até a primeira quinzena de novembro, foram períodos praticamente ininterruptos de chuva forte, cheias, com 11 saídas do rio da calha, com os maiores estragos elencados na Beira Rio, por ser o canal extravasor”, disse.
Apesar disso, mesmo com grande impacto financeiro para os cofres públicos, o secretário ressaltou a importância da preservação da vida dos moradores.
“Graças a Deus a gente não teve nenhuma vítima fatal em todas essas cheias, que é a grande preocupação de toda a administração. Assim, em conjunto com as autoridades de polícia, bombeiros, Defesa Civil, sem dúvida, em primeiro lugar, foi resguardar a vida humana, que é o maior capital”, enfatizou Ivan.
O secretario destacou ainda que a secretaria de Obras não parou os trabalhos e que ainda há muito a se fazer.
“A gente apresentou um parecer do que já foi gasto, mais a estimativa do que será ainda desembolsado para a administração para colocar a cidade de volta. Já executamos muitas ações, muitas coisas já foram feitas, mas ainda temos muitos serviços pela frente. Destacamos a importância da Beira Rio nesse período, nesse trabalho de canal extravasor, sem esquecer também do estrago que ela acarretou por conta disso”, pontuou.
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