O presidente da Guatemala, Bernardo Arévalo de León, disse nesta terça-feira (16) a jornalistas que enviou uma carta à procuradora-geral do país, Consuelo Porras Argueta, para convocá-la a dar esclarecimentos, depois que a chefe do Ministério Público (MP) tentou evitar sua posse nos últimos meses. “Vamos iniciar o processo por aqui”, disse o novo presidente guatemalteco, de 65 anos.
Argueta e o MP tentaram impedir a posse de Arévalo de León e seu partido, o Movimento Semente, por mais de seis meses, especificamente desde julho, apenas três semanas depois de o agora presidente ter vencido as eleições.
O novo mandatário do Estado vem afirmando desde o dia 1º de setembro que Argueta, junto ao que chamou de outros atores corruptos, estava arquitetando um golpe contra ele. As palavras do presidente foram ditas após uma cerimônia maia em homenagem ao seu mandato, que terminará em janeiro de 2028.
A lei guatemalteca estabelece que o único motivo para tirar a procuradora-geral do cargo seria se ela fosse condenada por algum crime. Portanto, Arévalo de León não tem a possibilidade de ordenar sua demissão, mas disse na semana passada que pediria a ela que renuncie.
A procuradora-geral não costuma ser vista em público nos últimos anos e não se pronunciou sobre a posse do novo presidente. De acordo com especialistas, com a presidência do Congresso nas mãos do Movimento Semente e uma maioria no Parlamento Nacional, é possível que seja buscada uma alternativa para tirar a procuradora-geral do cargo.
Argueta e a cúpula do MP foram sancionados nos últimos anos pelos Estados Unidos e também acusados por vários setores de impedir investigações criminais contra os ex-presidentes Alejandro Giammattei (2020-2024) e Jimmy Morales (2016-2020).
POSSE TURBULENTA
O Congresso guatemalteco viveu momentos de tensão no domingo (14) com a posse de Arévalo de León, que foi atrasada por um grupo de parlamentares em fim de mandato que tentou impedir o processo.
Vários deputados do Movimento Semente, tensos com a situação, tiveram que abrir à força uma porta de um salão onde parlamentares apoiadores do antigo governo, de Alejandro Giammattei, tentavam atrasar os procedimentos legais para a nova legislatura.
O antecessor de Arévalo não compareceu pessoalmente ao Teatro Nacional para a cerimônia de transferência de poder e enviou os símbolos institucionais por meio de sua secretária.
Giammattei enviou sua secretária pessoal para entregar a faixa presidencial ao Congresso, segundo confirmaram diversas fontes, e confirmou que não estaria na posse do novo presidente.
“Dado o risco de chegar à meia-noite sem iniciar os atos protocolares, neste momento fiz a entrega dos símbolos da Presidência ao Congresso da Guatemala”, afirmou o agora ex-presidente em seus canais oficiais de comunicação. (Com Agência EFE)
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