As buscas por Edson Davi da Silva Almeida, criança de 6 anos que desapareceu na praia da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, chegam ao quinto dia nesta terça-feira (9).
A criança desapareceu no final da tarde da última quinta-feira (4). De acordo com o relato de familiares à CNN, Edson estava com o pai na barraca de alimentos da família na praia enquanto sua mãe levava o filho mais novo a uma consulta médica.
Ainda segundo parentes, o menino jogava bola na areia com um homem estrangeiro e mais duas crianças, quando seu pai dele precisou atender clientes. Neste momento de distração, o menino sumiu.
O desaparecimento foi registrado na 16ª Delegacia de Polícia, na Barra da Tijuca.
Imagens de câmeras
A Polícia Civil investiga se o menino desaparecido na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro, saiu da praia sozinho.
Imagens de câmeras de monitoramento da orla analisadas pelos investigadores mostram Edson Davi circulando pelo calçadão desacompanhado por cerca de 100 metros.
O registro, ao qual a CNN teve acesso, foi gravado por volta das 16 horas da quinta-feira (4).
Em determinado momento, o menino está perto das mesas de um quiosque quando um homem, identificado pela polícia como alguém que trabalha na região e que era conhecido da família, se aproxima. Eles conversam por alguns instantes e logo depois, voltam para a areia mais uma vez.
De acordo com a Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), depois desse momento não há mais imagens da criança no calçadão. Até agora a Polícia Civil não tem suspeitos, uma vez que as gravações mostram a criança sozinha quase o tempo todo.
Cerca de duas horas depois, as câmeras flagraram o desespero do pai, que procura por Edson Davi. Segundo o relato do responsável, que tem uma barraca na praia da Barra, o menino estava de férias e ficou com o ele enquanto sua mãe levava o filho mais novo a uma consulta médica.
Na sexta-feira (5), o Programa Desaparecidos do Disque Denúncia divulgou um cartaz na tentativa de coletar informações que levem ao paradeiro de Edson Davi.
Pista falsa
No sábado (6), a família de Edson afirmou ter recebido uma foto do menino em uma lanchonete no mesmo bairro, na praia da Barra da Tijuca.
A CNN conversou com o pai do menino, Edson Almeida, que afirmou que acreditava que a criança que aparece na imagem é mesmo seu filho.
“Certeza, é ele mesmo que tá na foto aqui”, garantiu.
Apesar da suspeita da família, a polícia do Rio de Janeiro descartou que o garoto estivesse em uma lanchonete com dois adultos desconhecidos, na capital carioca.
A informação foi confirmada pela CNN com a delegada Márcia Helena Julião, titular da 43ª DP de Guaratiba.
Segundo a polícia, uma família foi até a delegacia para registrar que a criança, que aparece em foto recebida pela família de Edson Davi, não é o menino desaparecida. Se trata de outro garoto, que estava com seus parentes almoçando naquele restaurante.
Suspeita de afogamento
A irmã de Davi, Giovanna Araújo, afirmou em postagem nas redes sociais que a maior suspeita da polícia para o desaparecimento do menino Davi é que ele tenha se afogado no mar.
Conforme a irmã, a investigação descartou a participação de um suspeito no desaparecimento do menino. O rapaz foi filmado por câmeras de segurança próximo a Davi no dia de seu sumiço.
Porém, ainda segundo a Giovanna, outras imagens mostram o rapaz voltando para um hotel na região sem o garoto.
Giovanna pediu desculpas a família do menino anteriormente confundido com Davi em uma lanchonete. “Pedimos desculpas a família que foi exposta, não tivemos a intenção de prejudicá-los.”
A Polícia Civil do Rio de Janeiro também acredita que o menino pode ter sido vítima de afogamento.
Uma das testemunhas ouvidas pela Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) informou que viu Edson Davi da Silva Almeida entrar no mar por três vezes enquanto jogava futebol com outra criança na tarde em que sumiu.
Em outro depoimento aos investigadores, uma pessoa relatou que a criança teria pedido uma prancha emprestada para entrar na água. O pedido, no entanto, não foi atendido, porque o mar estava revolto.
Já um colega de trabalho do pai do menino disse que também teria falado para ele sair da água por causa das condições do mar. Além disso, de acordo com a polícia, o próprio pai chamou a atenção de Edson Davi.
Em conversa com a CNN, o pai do menino disse, mais uma vez, que não acredita na hipótese do afogamento.
“Todo mundo conhece ele aqui [na praia] e sabe que ele não gosta de água. Ele estava na beirinha do mar, mas não entra na água. Ele sempre fica brincando na areia”, afirmou.
Ainda de acordo com o comerciante, que não conseguiu voltar às atividades desde que o filho sumiu, as buscas não podem parar também em terra firme. “A gente tem que fazer busca por terra, procurar as câmeras… Eu recebi uma ligação agora que a polícia recebeu todas as câmeras da Barra. Precisa acompanhar o trajeto [feito naquela tarde]”, opinou.
Busca pelos bombeiros e investigações
Inicialmente, o Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro realizou buscas pelo menino que desapareceu próximo ao Posto 4.
A investigação está em andamento e, apesar de não haver indícios de que a criança tenha saído da areia, nenhuma linha de investigação foi descartada. Até agora a Polícia Civil não tem suspeitos, uma vez que as gravações mostram a criança sozinha quase o tempo todo.
Os investigadores também apuram todos os relatos de crianças semelhantes e nenhum se mostrou verídico. Polícias de outras unidades da federação estão em colaboração neste caso. As buscas por Edson Davi continuam e contam com o apoio do Serviço Aeropolicial e do Corpo de Bombeiros.
Desde a madrugada de sexta-feira (5), os militares procuram a criança em toda a orla da praia da Barra da Tijuca, do Recreio dos Bandeirantes, em Guaratiba e Sepetiba.
Cerca de 40 bombeiros participam das buscas, entre guarda-vidas e mergulhadores. Eles contam com o apoio de quatro viaturas, além de helicóptero, drone, e quatro embarcações, incluindo botes infláveis e motos-aquáticas, além de um sonar do tipo Side Scan.
As buscas são feitas em uma área de 18 quilômetros e são feitas por terra, água e ar.
“O Corpo de Bombeiros RJ mantém contato permanente, dando todo apoio para a família. Toda informação passada é utilizada e influencia nas medidas tomadas, a fim de tornar as buscas mais eficientes”, diz a corporação.
(Publicado por Gustavo Zanfer, com informações de Bruno Laforé, Isabelle Saleme, Rafaela Cascardo e Felipe Andrade)
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